sábado, 16 de junho de 2012

Lavagem do Bonfim: fé e devoção

Uma das mais tradicionais manifestações culturais da Bahia, a Lavagem do Bonfim antes realizada no interior do templo, atraiu mais uma vez milhares de fiés (dia 14), entre baianos e turistas. O sagrado e o profano, numa mistura de crenças que se manifesta publicamente há mais de 250 anos. Calcula-se o seu início entre os séculos XVIII e XIX, fruto de uma tradição portuguesa. O culto ao Senhor Bom Jesus do Bonfim originou-se entre 1669-1670, em Setúbal, antiga cidade portuguesa. Consta que Uma mulher recolheu a imagem junto aos destroços de um navio que havia naufragado. A partir daí, foi erguida uma ermida sob a invocação do Anjo da Guarda. A imagem mostrou-se milagrosa, então, o local passou a ser chamado de Igreja do Senhor do Bonfim. Foi introduzido no Brasil em 1740, a partir da chegada do Capitão de Mar e Guerra Theodózio Rodrigues. Em 1745, ele traz uma réplica em cedro da imagem de Setúbal,sendo levada em abril daquele ano para a Igreja de Nossa Senhora da Penha de França, em Itapagipe. Na solenidade, foi fundada uma Irmandade de Devotos leigos, depois denominada Devoção do Senhor do Bonfim. 1746, ano em que se inicia a construção da igreja na colina sagrada, concluída em 24 de junho de 1754, sendo transladada a imagem da Capela da Penha para aquele local. Assim, até 1773, a Festa do Senhor do Bonfim foi celebrada no mês de junho, quando foi transferida para janeiro. A proibição de trios elétricos não tira o brilho da festa, que se fortalece a cada ano, e vê crescer o número de eventos de camisa com diversas atrações locais e nacionais. Na Igreja da Conceição da Praia, de onde partiu a caminhada, foi realizado um ato ecumênico celebrando o evento, onde rezou-se pela paz. Conforme divulgado pela imprensa, mais de 500 baianas puxaram o cortejo, que seguiu pelas ruas da cidade baixa para a Colina Sagrada até a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Para os católicos, Senhor do Bonfim. Oxalá para os adeptos do candomblé, Santo, Orixá, uma união de fé e devoção, demonstração de um sincretismo religioso cada vez mais marcado pelo respeito e tolerância às diferenças. (Clique nas imagens) Fotos: Estadão/A Tarde.