sábado, 16 de junho de 2012

Deficiência visual - O acesso ao mercado de trabalho

O mercado de trabalho para os deficientes visuais no Brasil ainda se mostra deficitário no tocante à oferta de vagas, embora tenha sido detectado um avanço depois do estabelecimento do sistema de cotas por lei federal, em 1991. A afirmação, feita pelo coordenador do Programa de Empregabilidade da Fundação Dorina Nowill, Edson Luiz Defendi, em entrevista à Agência Brasil no dia 21, traz à discussão questões atuais e importantes como inclusão social e acessibilidade. A complexidade desse processo é percebida claramente quando ele informa que as superintendências regionais do Trabalho só iniciaram uma fiscalização mais rigorosa no início do ano 2000. De acordo com as informações do coordenador, a estimativa é de 112 mil pessoas com deficiências diversas inseridas no mercado de trabalho em São Paulo, e de 5% sendo deficientes visuais, ou seja, 6 mil pessoas. Na Bahia, o Ministério Público se faz presente com a campanha "Acessibilidade: A vida pede passagem", lançada em abril deste ano. De forma bastante criativa, o órgão apela, sobretudo para a conscientização e mobilização dos soteropolitanos, pois a cidade de Salvador apresenta uma realidade imersa em conflitos nas estruturas dos seus equipamentos públicos e espaços privados, promovendo ainda o despertar da cidadania. A problemática da inclusão de pessoas com deficiências se estende por todo o Brasil. Muitos esperam uma chance para entrar no mercado de trabalho, o que significa, certamente, novas perspectivas na qualidade de vida e nas relações de dependência. É preciso que a Lei seja cumprida na sua totalidade, que os discursos empresarias sejam reformulados e as atitudes repensadas, tendo em vista a adequação desse segmento da sociedade na cadeia produtiva. As associações de deficientes estão alerta e lutam pela acessibilidade dessa parcela da população que ainda pode contribuir com a sua força laborativa.